Contas de adolescentes do Instagram: PG-13 promete mascarar danos persistentes

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O contraste gritante entre os esforços promocionais da Meta para contas Instagram Teen e a realidade vivida pelos jovens utilizadores levanta sérias preocupações sobre o compromisso da empresa com a segurança dos jovens. Embora o Meta apresente essas contas como um avanço na proteção online, com recursos como detecção de idade, filtros de nudez e alertas de localização, auditorias independentes revelam que muitas dessas ferramentas são ineficazes. Esta desconexão entre o marketing e a experiência vivida tem consequências devastadoras para os adolescentes que navegam num cenário digital muitas vezes perigoso.

A situação ganhou destaque recentemente, quando Brandy Roberts, uma mãe enlutada que perdeu sua filha Englyn, de 14 anos, devido a um vídeo de suicídio visto no Instagram, confrontou o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, fora da sede da empresa durante um evento promocional apresentando novos produtos de IA. A presença de Roberts ressaltou a trágica realidade que sustenta a busca de crescimento e inovação da Meta: priorizar os lucros em vez de proteger os usuários vulneráveis.

Descobertas preocupantes em contas de adolescentes

Um novo relatório da Heat Initiative, ParentsTogether Action e Design It For Us pinta um quadro sombrio da vida adolescente no Instagram. Pesquisando 800 usuários com idades entre 13 e 15 anos, o estudo descobriu que quase metade encontrou conteúdo inseguro ou mensagens indesejadas apenas no último mês.

O próprio algoritmo parece estar agravando o problema:

  • Metade dos entrevistados relataram que a plataforma recomendou contas suspeitas dirigidas por adultos.
  • Surpreendentes 65 por cento disseram que não receberam uma única notificação de “faça uma pausa”, apesar de Meta elogiar esse recurso como uma proteção para o tempo de uso.

Essas descobertas são consistentes com um padrão de meta que prioriza a percepção em detrimento da proteção. Ao lançar campanhas que enfatizam os recursos de segurança, pesquisas independentes revelam consistentemente graves deficiências na sua eficácia.

Além dos dados: a realidade do conteúdo prejudicial

Para expor ainda mais a lacuna entre as afirmações da Meta e a realidade, a Heat Initiative e a ParentsTogether Action lançaram um vídeo apresentando conteúdo real encontrado por adolescentes em contas de adolescentes do Instagram. O material é tão perturbador que partilhá-lo para fins de defesa de direitos levanta questões éticas. Isto levanta uma questão fundamental: se este tipo de conteúdo parece inapropriado mesmo num contexto de defesa de direitos, porque é que Meta considera aceitável vendê-lo a crianças em grande escala?

Recuperando o poder e exigindo mudanças

Plataformas como a Meta são movidas pela maximização do lucro, muitas vezes explorando utilizadores vulneráveis – especialmente crianças – no processo. A verdadeira mudança requer uma mudança na dinâmica do poder: devemos exigir melhor destas plataformas e dar prioridade a espaços online que valorizem genuinamente a ligação e o bem público em detrimento do ganho financeiro.

Embora a Meta tente reforçar sua imagem por meio de manobras de relações públicas, como recentemente alegar que o conteúdo do Instagram Teen seria guiado por classificações de filmes para maiores de 13 anos, a Motion Picture Association rapidamente desmascarou essa afirmação como imprecisa. Isto destaca uma tendência preocupante: a credibilidade do meta-empréstimo que não conquistou ao associar-se a rótulos confiáveis, ao mesmo tempo em que continua a priorizar a ótica em detrimento de medidas reais de segurança.

Em última análise, cada vez que encontramos parcerias entre organizações ou influenciadores e a Meta, é essencial perguntar-nos: trata-se de um compromisso genuíno com a segurança ou simplesmente de uma fachada cuidadosamente elaborada? Devemos exigir transparência e responsabilização destas empresas – responsabilizando-as pelo bem-estar dos jovens que utilizam as suas plataformas.